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Autor: Pedro Augusto

Paulo Gustavo morreu.
Depois de árdua luta os meios humanos foram vencidos e tivemos todos que despedirmo-nos do talentoso artista.
É sempre assim. A morte escancara o pó que somos, o pó que haveremos de ser.
E se é pó o que somos, e se é pó o que haveremos de ser, e, ainda, se nenhuma criatura pode dar o que não tem, me parece seguro concluir que é pó também tudo aquilo que realizamos.
Não se colhem uvas de figueiras, não se colhem figos de parreiras, como se colheriam sopros de vida da asfixia estéril do pó?
Sei que essas palavras poderiam me render o titulo de pessimista ou de desesperado. Não haveria então valor algum na existência? Todo o bem praticado estaria relegado à inutilidade? Toda a vida humana estaria fadada à melancolia da ausência de sentido?
Sim, meus amigos, a existência não teria qualquer valor, todo bem seria inútil, toda a vida seria melancólica e vazia, se tudo fizéssemos a partir de nós.
Mas não é assim que acontece; o pó não ergueu-se por si mesmo; na aurora dos tempos, o elemento seco que nós somos foi levantado pelo sopro fecundo do que Deus é.
Desde então, enquanto permite arejar-se pelo sopro do alto, o pó é vivo, e tem vida tudo o que ele faz.
Enquanto ama, enquanto ajuda, enquanto promove o bem, enquanto sofre com quem sofre, o pó é vivo, pois é instrumento do vivificante sopro divino.
E o que isso tem a ver com a morte do artista?
Não o conheci pessoalmente e sei muito pouco de sua vida, mas hoje li que ele ajudava instituições de ajuda aos pobres e que patrocinou com grande caridade algumas obras da Santa Irmã Dulce.
Seu corpo Voltou ao pó, é verdade, mas esse bem não, pois tudo que se faz movido pelo sopro do alto estará para sempre preservado da morte.
Não devemos temer morrer, devemos temer morrer sem nos deixarmos tocar pelo vento suave do bom Deus.
Essa é a verdadeira morte.
Que a Irmã Dulce testemunhe diante do Altíssimo o bem praticado e que ele seja tomado em conta de justiça pelo bom Deus.