Figura tantas vezes amaldiçoada pela historiografia tradicional e alvo de uma das mais tenazes campanhas de difamação da monarquia luso-brasileira, D. Carlota Joaquina de Bourbon, consorte de D. João VI, permanece uma das personagens mais controversas da história portuguesa.
Entre o imaginário da rainha devassa e o papel de estratega política, entre o anátema de “usurpadora” e o fascínio da mulher que se recusou a aceitar o silêncio a que era destinada, a sua vida foi palco de disputas dinásticas, jogos de poder e combates ideológicos.
No contexto do lançamento pela Parsifal do livro 'D. Carlota Joaquina: entre o dever e a transgressão', Pedro Almeida Vieira conversa, para a BIBLIOETCA DO PÁGINA UM, com as duas autoras (e historiadoras) Maria de Deus Beites Manso e Maria Fernanda Mateus, que nos oferecem um olhar multifacetado sobre esta rainha, desconstruindo mitos e resgatando a sua dimensão política, intelectual e pessoal à luz da historiografia contemporânea.
E já também oportunidade para aprofundar o que é a História de Portugal e como os portugueses vêem agora os seus feitos num presente cada vez menos compreensível com os seus antepassados.