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"Uma Teologia da Natureza”
Pregador: Edson Nunes
Sinopse: O início da Bíblia, especificamente, Gênesis 1:26-30, é o trecho mais mal interpretado com relação a relação entre o ser humano e a terra. Muitos intérpretes usaram esse trecho para legitimar o abuso dos recursos da natureza pelo ser humano. Como aos seres humanos foi dado o domínio, podemos e devemos explorar a terra e a natureza. Entretanto, ao entender a sequência da narrativa de Gênesis, inclusive a relação conflituosa entre a terra e Cain e a terra e toda a humanidade no dilúvio, percebemos que a terra e a natureza atuam, na verdade, como denunciadores da violência humana. O que era para ser uma relação harmoniosa, se tornou, em virtude do pecado, uma relação complexa, abusiva e destrutiva. Mas não é só em Gênesis que esse relacionamento é um retrato do papel da terra e da natureza. No Pentateuco todo, a terra (erets) e o solo (adamah) são personagens-chave. No Êxodo, engole os egípcios que perseguem os israelitas através do Mar Vermelho. Em Levítico atribui responsabilidades cultuais e adverte que ela resistirá aos habitantes humanos que obstruam a sua capacidade de cumpri-las. Em Números, a terra é descrita como um ser devorador, que engole Corá e sua companhia. Em Deuteronômio, a terra, juntamente com os céus, são testemunhas contra Israel, caso eles não consigam manter sua aliança com Deus. Em muitos momentos do Pentateuco, a terra é retratada como uma pessoa, com ações, reações, etc. Entender esses textos e esses contextos deveria abrir nossos olhos para nossa relação vital para com a terra e para com a natureza em geral.
Texto base: Gênesis 1:26-30; Gênesis 2:15; Gênesis 3:17-19; Gênesis 4:10-14