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“Como eu posso me amar, se eu não sou um homem?

Se homens são humanos, completos, perfeitos, e eu sou o que? Uma mulher, uma costela, a comedora de maçãs proibidas, a sempre imperfeita e incompleta. Você já quis ter nascido um homem, toda mulher em algum momento desejou isso secretamente porque é tão óbvia a diferença. É tão óbvia as vantagens que nascer com um pênis te traz, como atraímos amor, aceitação, credibilidade, apenas se tivermos esse pêndulo um tanto inútil entre as pernas. É tão flagrante como qualquer homem medíocre tem muito mais sucesso e visibilidade e oportunidades que qualquer mulher brilhante. É difícil se amar assim, eu sei. Se esperam que você seja burra, bela, frágil e acessível. Se você não ser pode ser humana, natural, amar seu corpo como ele é. Com pelos, com manchas, com formas. Se o mundo exige um esforço enorme para que você atenda às expectativas do que te dizem que é ser mulher. E se você não corresponde, te rejeitam, te criticam, te rebaixam, riem de você, fazem piada, debocham, duvidam. E o tempo todo tentam te colocar no seu lugar. Seu lugar de menina bonita esperando marido.”

O Nota Mental é o programa do Militância Materna Pod onde a Cila traz suas reflexões sobre tudo e sobre o nada também. Com produção de Cila Santos e edição da Lia Drumond.

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