Zélia Mendonça (n.1957) será, para mim, a "Senhora das Mudanças" capaz de, com a sua história, influenciar e inspirar mulheres a nunca desistirem dos seus sonhos e projetos. Em 2015, com 58 anos, decide abandonar uma vida confortável e bem sucedida de empresária e dedicar-se, por inteiro, à prática artística, recuperando a memória das aprendizagens práticas e estéticas na infância. Na verdade, a Arte esteve sempre ali, presente. Desde então, o seu trabalho tem sido merecedor de reconhecimento no Brasil, de onde é natural e onde reside, e além fronteiras. Em Portugal, conhecemo-nos em Vila Nova de Cerveira, no âmbito de uma residência artística que lá desenvolvia. Fiquei sua fã incondicional. Outro aspeto da sua personalidade é o envolvimento em projetos comunitários. Pelo seu envolvimento em diversos projetos, recebeu o título de doutora honoris causa no ano de 2018 do Núcleo de Pesquisa e Extensão do Instituté Libre Des Sciences de L’homme de Paris, Faculdade de Ciências e Artes Lauro Freitas, Instituto Educacional de Portão (Bahia) e Conselho de Defesa dos Direitos Humanos associados. Descreve-se como autodidata e inquieta. Nesta conversa ficamos a conhecê-la melhor e despertamos para a sua forma artística de intervenção.