Nazaré, 20 de abril de 2023
Quase a completar quatro décadas de atividade, a Rádio Nazaré continua a desempenhar um papel absolutamente vital para dar voz a uma terra que, tantas vezes ao longo da história, foi tratada de forma discricionária pelo Estado e pelo poder instalado. Apesar de todas as fragilidades que se possam apontar ao projeto, a rádio que começou por ser pirata e com o nome com th no fim, continua a ser o único órgão de comunicação social do concelho e corporiza um fator de unidade do território e de uma comunidade diferente de todas as outras da região. E essa deve continuar a ser a sua imagem de marca. Pois é o que a torna diferente de todas as outras, que repetem playlists e perdem a condição humana que é o que faz, na verdade, a diferença nas ondas hertzianas. Contudo, importante seria que mais nazarenos e não só ouvissem e valorizassem a nossa rádio, que o mercado publicitário investisse mais neste meio e que a rádio não fosse apenas evocada durante as semanas que precedem o Carnaval. A identidade do nosso povo perpassa pelos 100.6 e, por isso, seria importante que se olhasse de forma diferente para esta casa, antes que ela feche e tenhamos de ouvir a ladainha do “antigamente é que era bom”. Pela minha parte, este é o meu modesto contributo para manter a Rádio Nazaré viva. Obrigado, caro ouvinte, por não desligar o rádio enquanto ouve este Diário de Bordo.