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Nazaré, 6 de abril de 2023

À beira de completar o centenário, o GD “Os Nazarenos” parece um barco que, por muito que possa doer dizê-lo, parece navegar à vista. Sabemos que os tempos gloriosos já passaram, que a mística se tem vindo a perder, que a identidade do clube ficou fragilizada com a saída do antigo Campo da Comissão Municipal de Turismo e que o contexto competitivo é muito diferente das décadas de 1960, 1970 e 1980, em que atingimos os pontos mais altos da nossa história. Era pequeno, mas lembro-me de ver, pela mão do meu pai, os dois jogos com o Sporting da Taça de Portugal e tenho a memória clara do jogo com o Ac. Viseu, aquele dia em que tudo nos correu mal e acabou da pior maneira, com a intervenção desmedida das forças policiais. Sabemos isso tudo e sabemos que na nossa terra é sempre mais fácil destruir que construir. No entanto, o talento dos nossos jovens para a prática do futebol continua a dar cartas; temos treinadores com capacidade e dirigentes com fibra e experiência. Afinal, o que nos falta? Temos até tido direções de continuidade, com presidentes durante muitos anos no cargo, mas depois, por uma razão ou outra, as equipas desmembram-se e os projetos interrompem-se. A época está a acabar e, ao contrário dos outros clubes da região, que já definiram quase tudo relativamente à próxima temporada, por cá temos uma Direção em fim de mandato e eleições ainda sem data. Assim, ficará muito difícil preparar a nova temporada, o que condiciona e muito qualquer projeto que se apresente aos associados. É urgente repensar a data das eleições, para que os mandatos não prejudiquem o decurso das épocas desportivas. Como em 2024 o nosso clube faz 100 anos, certamente não faltarão candidatos às eleições. Mas o importante é que essas eleições se realizassem o mais depressa possível. Porque o nosso clube, o maior embaixador da nossa terra, merece.