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Nazaré, 6 de março de 2023

Uma das melhores coisas que tiramos da vida é conviver com pessoas de bem, generosas e capazes de tornar o mundo melhor. É o caso do Rui Caria, um incrível jornalista e repórter de imagem, com quem tive o privilégio de trabalhar, ainda que por poucos meses, na TVI e com quem articulei alguns projetos bem interessantes ao longo dos anos. A vida deste notável nazareno mudou quando conheceu a Susana, que depressa se tornaria na mulher da vida dele e o transformou num açoriano dos sete costados, sem que, contudo, perdesse a essência de quem se fez homem no Casal das Figueiras e coleciona prémios em fotojornalismo como quem dá um passeio à frente do mar. Há uns tempos, o Rui decidiu ir para a Ucrânia em trabalho e naquele momento assaltou-me um sentimento contraditório: por um lado, o orgulho de o ver no terreno atrás das histórias que só ele sabe contar e como as contar; por outro, a preocupação por saber que corria risco de vida. Afinal, conhecendo-o como conheço, sabia que ele iria ao fim da rua para sacar aquela foto ou fazer aquela entrevista... Felizmente, tudo correu pelo melhor e até o presidente Zelensky se rendeu à beleza do trabalho dele. Hoje abre ao público no Centro Cultural da Nazaré a exposição "Mulheres da terra", em que ele retrata as mulheres da Terceira, que ele classifica como a sua outra terra natal. O convite para apreciar o trabalho do Rui Caria fica feito. Mas o que gostava mesmo era que ele retratasse as mulheres da Nazaré. Aposto que a foto que ele tirou à minha avó Manuela, nos paneiros, há uns anos, caberia nessa mostra e nada me deixaria mais orgulhoso.