O ECO DA TRIBO E A VOZ DA BRUXA
A bruxa nunca pertenceu completamente - e talvez por isso, nunca deixou de ver. Sempre à margem da aldeia, no entre-lugar onde o visível e o invisível se cruzam, ela sustenta o paradoxo: saber que o grupo protege, mas também apaga. Que o silêncio protege, mas também engole. E que há um custo alto, altíssimo, tanto para quem se dilui quanto para quem resiste.
Ser bruxa é aceitar esse custo. É aprender a habitar a tensão sem tentar resolvê-la. É pertencer sem desaparecer. É ser fiel a si sem precisar romper com o mundo.
Neste episódio do Espelho de Circe, exploramos o embate entre pertencimento e autenticidade - não como ideias abstratas, mas como forças vivas que moldam nossa história pessoal e coletiva.
Da infância à vida adulta, das modinhas nas redes sociais às feridas invisíveis deixadas por exclusão ou concessão, num tempo em que autenticidade virou performance e pertencimento depende de seguir o roteiro, refletimos sobre o que se perde - e o que se pode recuperar - quando ousamos sustentar quem somos.
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