Na coluna desta quarta-feira, Atílio Bari percorre a história da Páscoa desde seus primórdios, muito antes de ser relacionada à cultura cristã. O colunista destrincha o simbolismo da tradição de presentear as crianças com ovos de chocolate e da figura do coelho nas festividades.
O colunista aponta que o ovo sempre foi associado à fertilidade e à renovação. Os persas trocavam ovos pintados à mão na antiguidade, costume que também era praticado na China e se espalhou pelo mundo. Os de chocolate, entretanto, nasceram em uma fábrica numa pequena comuna na Suíça: “François Callier fabricava chocolates de alta qualidade e, talvez tenha sido ele o responsável pelo prestígio que os suíços continuam tendo nesse segmento até hoje. Callier inventou as fôrmas ovais e criou essa mania que se espalhou por todos os cantos do planeta”.
Entre coelhos associados à Ostera, deusa germânica da fertilidade, do amor e do renascimento, e a incorporação desses elementos no cristianismo, sinalizando a nova vida após a ressurreição de Cristo, Atílio fala também sobre o cenário atual e a percepção de valor atribuída ao chocolate no período: “O capitalismo sabe que é uma data especial, que existe uma tradição, e, portanto, todo mundo acaba comprando, fica difícil ficar de fora”. Ele encerra afirmando que: “O que importa mesmo é que a gente não esqueça da história daquele homem que dedicou a vida pelo bem dos seus semelhantes”.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.