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Na coluna desta quarta-feira, Atílio Bari fala sobre o grupo de atores e dançarinos Dzi Croquettes, que sacudiu o meio artístico em plena ditadura militar na década de 1970. Composto por treze homens que se vestiam de mulheres, mas sem a conotação do travestismo, o grupo estreou nas boates cariocas e paulistas para depois ocupar também o teatro.

O colunista comenta os boicotes sofridos pela companhia ao longo de seus quatro curtos anos de existência: “O fato é que a vida do Dzi Croquettes virou um inferno. Proibições, batidas policiais, perseguições, ameaças. E eles se bandearam para Paris, com o dinheiro arrecadado numa temporada relâmpago no teatro Maria Della Costa. Maria franqueou o teatro para eles, gratuitamente, para poderem juntar o necessário para as passagens”.

A temporada europeia rendeu bons frutos, colocando o Dzi Croquettes entre os grandes nomes do entretenimento da época: “Entram na vida deles Liza Minelli, Josephine Baker, Maurice Bejart, Nureyev e outra figuras carimbadíssimas. Viraram internacionais, para ódio dos milicos desta terra de coqueiro que dá coco”. Em temporada no Teatro Itália, Ciro Barcelos, um dos remanescentes do grupo, recupera parte da trajetória do Dzi Croquettes, agora sem censura. Nas palavras de Atílio: “Quem os conheceu vai se emocionar. Quem nunca os viu vai se surpreender”.

Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.

O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.