Atilio Bari aborda o conceito de “verdade” na coluna desta quarta-feira (11), reflexão surgida em uma conversa dele com o diretor Marcos Damasceno, que esteve em cartaz nos últimos meses com a peça “Nebulosa de Baco”, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Bari cita crenças de Aristóteles, na Grécia Antiga, e os relatos de Jesus Cristo, na bíblia, para ressaltar que até mesmo grandes figuras não conseguiram explicar, de maneira absoluta, o que é a Verdade. Durante o papo, ele e Damasceno lembraram da parábola judaica sobre a verdade e a mentira, imortalizada em uma pintura do francês Jean-Léon Gérôme.
O colunista explica que, na metáfora, a Mentira vestiu as roupas da Verdade e acabou condenada, somente por estar nua. “(...) Coitada, perambula por aí, envergonhada, desprezada. Mas (a Verdade) se recusa a usar qualquer outra vestimenta que não seja a sua própria roupa”, afirma Atilio.
Em seguida, ele conclui que a infiltração da Mentira não ficou no passado. (...) Hoje (a Mentira) frequenta palácios governamentais, templos religiosos, tribunais de justiça, grandes corporações multinacionais, e as redes sociais. E a Verdade verdadeira, onde foi parar? Está cada vez mais difícil encontrá-la”.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.
*Estagiária sob supervisão de Cirley Ribeiro. MTB 832/SC