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Na coluna desta quarta-feira (25), Atilio Bari cria uma alegoria envolvendo seu avô e ervas daninhas para explicar a formação e evolução das facções criminosas no Rio de Janeiro.

O colunista conta queseu avô sempre arrancava as ervas daninhas das plantas pela raiz, uma estratégia para evitar o crescimento e a captura dos nutrientes do solo. E relaciona essa mesma lógica ao crime organizado carioca, que a cada dia infesta mais o estado e fica mais difícil de conter.

Atílio também analisa as origens dessas facções criminosas, que não foram combatidas no começo e agora são impossíveis de controlar: “A bandidagem começou dominando o jogo do bicho, que mandava nas escolas de samba, que controlava as maquininhas de caça-níqueis, foi essa gente que evoluiu, se organizou debaixo do beneplácito e do conluio com policias, prefeitos, vereadores, governadores, alguns até eleitos com a ajuda desses bandos. ”

O colunista ainda fala sobre diferentes representações de criminosos brasileiros na cultura do país: “Nas antigas chanchadas era comum a figura do malandro de camisa listrada, que não trabalhava, vivia de pequenos golpes. A gente simpatizava com ele, era folclórico. Em 84 o filme Águia na Cabeça já mostrava uma outra situação: era o bicheiro poderoso que mandava no morro, matava, mandava matar. ”