Na coluna desta quarta-feira (27), Atílio Bari comenta o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que narra a história de Rubens Paiva, ex-deputado federal e uma das vítimas do regime militar brasileiro. A obra explora o desaparecimento dele após ser levado por agentes da repressão em 1971, e o drama vivido por sua esposa, Eunice, interpretada por Fernanda Torres.
O colunista destaca a força contida na atuação da atriz, que, sem recorrer ao melodrama, transmite a tensão enfrentada pela família: “O filme nos poupa de cenas de tortura explicita; o que se sente na poltrona do cinema é muito mais o terror psicológico a que Eunice e a família são submetidos, e que era uma das técnicas utilizadas pelos agentes de repressão da época. (...) A gente não vê, mas sabe que coisas terríveis estão acontecendo”.
Atílio conclui ressaltando a relevância da obra no cenário atual: “’Ainda Estou Aqui’ é um dos bons exemplares do cinema brasileiro da atualidade, e bem-vindo neste momento em que certos círculos da sociedade defendem a volta daquele regime sórdido que traumatizou o país durante mais de duas décadas. Eles também ainda estão aqui. E parece que estão saudosos daqueles tempos”.