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Na coluna desta quarta-feira, Atílio Bari comenta a série “Kaos”, da Netflix. “Trata-se de um mergulho insolente e fascinante na mitologia grega, com seus deuses, semideuses e heróis. Insolente porque essas entidades mitológicas aparecem na série de uma forma bastante escrachada, mas sem perder as suas auras de celebridades mitológicas”.

Zeus, interpretado por Jeff Goldblum, descrito como “onipotente e ao mesmo tempo inseguro”, está preocupado com a queda da sua popularidade e recorre aos demais deuses com medo de perder seu status divino. O colunista destaca o papel das outras divindades na trama, como Prometeu, “companheiro em outras épocas, e agora preso a um penhasco onde uma águia vem lhe bicar o fígado todos os dias” e Dionísio, “apaixonado pelos mortais, um tanto avoado e alheio ao desejo de vingança de Zeus contra a humanidade”.

Para Atílio, “Kaos é uma série irreverente, com momentos de crueldade explícita, humor negro, politicagem, amor, fúria, e expõe os vícios, fraquezas e ambições desses deuses todos. Que já estão lá, na origem, na própria mitologia criada pelo povo grego, e que espelhavam, no Olimpo, as belezas e os horrores da humanidade, presentes também aqui, na nossa realidade contemporânea, o que nos mostra que continuamos os mesmos e vivemos como os nossos ancestrais”.

Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.

O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.