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Na coluna desta quarta-feira (30), Atílio Bari fala sobre a nova montagem de “Senhora dos Afogados” pelo Teatro Oficina, em cartaz no Sesc Pompeia. Um dos fundadores da companhia e grande mestre das artes cênicas brasileiras, Zé Celso Martinez Corrêa (1937-2023) pensava em adaptar o texto de Nelson Rodrigues — a quem atribuía a potência de Shakespeare — desde a década de 80, mas morreu sem fazê-lo.

Em 2025, o desejo de Zé Celso foi realizado por Marcello Drummond, continuador de seu trabalho à frente do grupo, e Monique Gardenberg, convidada para dirigir o espetáculo. Sobre o trabalho de direção, Atílio declara: “O que ela colocou no palco ganha ares de homenagem, de rito, carregado de memórias e — por que não? — de festa, bem ao estilo do bruxo do Oficina”.

O colunista destaca também o caráter mítico da obra do dramaturgo, que escreveu peças como “Álbum de Família” e “Anjo Negro”. Citando Monique: “[Senhora dos Afogados] é uma tragédia delirante, carregada de fatalismo e de violência, que explodem diante dos nossos olhos e que ao invés de nos causar repulsa, nos fascina”.

Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.

O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.