A luta antiproibicionista é um movimento que inicia com a descriminalização da maconha, mas articula-se com inúmeras outras pautas cada vez mais importantes para nosso cotidiano. A política chamada de “guerra às drogas” criou, no Brasil e no mundo, práticas de violência policial, insegurança jurídica e operações com mortes injustificáveis. Sofre desproporcionalmente a juventude negra e periférica.
Além disso, não ter acesso legal a tais substâncias têm impacto irracional não apenas no lazer de quem as usa, mas também no seu uso medicinal ou mesmo como matéria prima. Do ponto de vista econômico, os danos não são menores, principalmente nos gastos com segurança pública, mas também no que se perde ao recusar ao campo o cultivo de um produto agrícola.
A demanda por legalização das drogas envolve uma miríade de temas. Como estruturas classistas e racistas permitem uma política tão irracional continuar? Como realizar a legalização sem transformar a planta em apenas mais uma commodity explorada por latifundiários? Como resolver os problemas jurídicos causados por anos de criminalização de algo natural?
Para conhecer a luta antiproibicionista em Santa Maria, aproveitamos as atividades do movimento Marcha da Maconha Santa Maria, que retorna a cidade em 2021. Luís Gustavo Santos e Maurício Fanfa conversaram no programa dessa semana com o pessoal da organização do movimento na cidade, Giovani Brazil, Lorenzo Oliveira Bochi Brum e Milena Martinbianco. Além das questões já levantadas, falamos sobre a reconstrução do movimento na cidade, que é marcada por uma relação conflituosa com a juventude: ao mesmo tempo que a atrai, a agride.
