Os animais e a peste Uma terrível epidemia atingiu o mundo animal, como forma de castigo pelos pecados cometidos pelas feras. Muitos dos bichos morreram e os que conseguiram se salvar perderam o apetite, não tendo sequer prazer de saborear os mais requintados banquetes. Nem os lobos, nem as raposas tinham mais vontade de caçar. As ovelhinhas fugiam umas das outras e as rolinhas evitavam-se desconfiadas. O amor foi aos poucos diminuindo entre os animais, e só havia tristeza entre eles. O leão, chamando os animais a conselho, assim falou: - O céu nos enviou esta calamidade por causa dos nossos pecados. O mais culpado dentre nós deve ser sacrificado, para diminuir a ira de Deus. Cada um confesse, publicamente, sua culpa. Após seu discurso, o próprio leão começou sua confissão: - Confesso que devorei inúmeros carneiros, para satisfazer meus desejos. E que mal me fizeram? Devorei até mesmo o próprio pastor. Assim, sou o culpado, estou pronto para imolar-me. - Senhor, como seu coração é grande! - disse a matreira raposa. Seu escrúpulo mostra a delicadeza de seu caráter. Que mal pode haver em devorar carneiros? Eles são estúpidos! E, quanto ao pastor, foi merecedor de ser devorado, pois oprimia os animais. Os bajuladores aplaudiram, com fervor, o discurso da raposa. Confessaram, depois, o tigre, o urso e as demais feras, mas seus crimes foram todos perdoados, e ainda ficaram como verdadeiros santinhos. Chegou a hora da confissão do burro. - Senhor rei-leão, lembro-me que, passando por um mosteiro, por causa da fome que sentia, comi um pouco do pasto que encontrei pela frente. Sei que não devia e, por isso, confesso minha culpa. Mal acabara de falar, todos os animais gritaram: - Ladrão, maldito ladrão! Você é o causador desta calamidade! E, assim, o burro foi condenado à morte, simplesmente por comer um pouco do capim alheio para matar sua fome. MORAL DA HISTÓRIA: “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.” E como nos ensina a Palavra de Deus, no livro do Êxodo, no capítulo 23º, versículo 7º: “Não se envolva em falsas acu¬sações nem condene à morte o inocente e o justo, porque não absolverei o culpado.” Deus te abençoe!