(Mateus 21.1-11)
É novamente Domingo de Ramos – o Domingo de Ramos é um dos mais lindos domingo do ano cristão, e é especial na vida da Igreja – nele costumamos ter a proclamação de dois Evangelhos – O Evangelho das Palmas e o da Paixão. As pessoas fazem procissões pelas ruas empunhando ramos e palmas... mas esse ano de 2020, estamos vivendo um Domingo de Ramos diferente de todos os outros. Nossas Liturgias de Ramos estão acontecendo online e não podemos sair de nossas casas, o covid 19 decretou um novo modo de vida para todos(as) nós;
Com nossas cabeças e corações repletos de angustias e incertezas nos aproximamos da Semana Santa, o Domingo de Ramos é aliás o primeiro dia da Semana Santa. Se pedirmos para as pessoas definirem a vida, e a maioria a descreverá como um caminho ou estrada. A razão é simples: a vida é como uma jornada. É uma viagem de uma experiência à outra...
Neste Domingo atípico, em que não faremos a leitura do Evangelho da Paixão, nos foi concedido o privilégio de acompanhar nosso Salvador em mais uma de suas viagens, iremos acompanhá-lo em sua entrada triunfal em Jerusalém; Este era um Caminho Familiar, é um caminho já trilhado antes muitas vezes. Uma estrada na qual os discípulos estavam habituados a andar – a estrada para Jerusalém. Eles sabiam que, chegando à Betânia, contornariam o Monte das Oliveiras, e veriam de repente a cidade de Jerusalém se espreguiçar diante deles.
Eles já tinham feito este trajeto com Jesus antes. Vinham novamente para a cidade que estava inflada com uma multidão de pessoas para celebrar a Páscoa... Jesus também conhecia bem a estrada. Ele a percorrera desde pequeno. Maria e José o traziam para Jerusalém todos os anos, para a celebração da Páscoa. A estrada era conhecida, amada, mas a jornada daquele dia era completamente diferente. A estrada era familiar, mas a jornada era especial, única. Os discípulos conheciam a estrada; Jesus conhecia a jornada. Desta vez, uma multidão seguia adiante e atrás de Jesus, estendendo as suas vestes e ramos de oliveiras pelo caminho, aplaudindo euforicamente e gritando em alta voz: Hosana ao Filho de Davi – “bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” O interessante é que próximo a Jerusalém, bem no alto de uma enorme montanha ficava a fortaleza de Herodes, e no dia do Rei – Herodes descia com sua corte, sua cavalaria, seus soldados com espadas demonstrando sua pompa e força. O cortejo que acompanha Jesus é formado pelo povo humilde, vem a pé, vem do vale (de baixo) e traz nas mãos não espadas, mas ramos de oliveira.
Os evangelistas nos descrevem um Jesus humilde, montado em um jumentinho, um Jesus entristecido, não pelo que se vê, mas pelo que não se vê. Os olhos de Jesus veem o que olhos humanos não conseguem ver, vê o centro das coisas, vê o interior. Jesus sabe que o entusiasmo da multidão, não irá durar. Vê a cidade onde as pessoas procuravam tapar sua miséria espiritual, suas injustiças, com gritos de “hosanas”, com aplausos, com vivas. Sim, Jesus, via a superficialidade presente naquela imensa e aparentemente calorosa recepção. Ele sabia que aqueles cantos se converteriam em gritos de ódio, e que os espinhos tomariam o lugar dos ramos.
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Narração: Bispa Marinez Bassotto
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