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“É fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por ter se livrado delas”. (Graciliano Ramos)  

O que todo mundo faz  

Com exceções, todo mundo faz o que todo mundo faz. 

O que todo mundo faz se torna obrigatório. 

O que todo mundo faz transforma-se em padrão de beleza e utilidade a ser seguido. 

Se todo mundo usa uma roupa rasgada no joelho, é moda a ser obedecida por todos. Se todo 

mundo tateia o seu corpo, é beleza a ser exibida para todos. Se todo mundo passa a cortar seu 

cabelo de certo modo, é tendência a ser observada. Se uma ideia é defendida por todos, é ideal a 

ser propagado entre todos. Se uma causa é vista como digna por todos, é luta na qual cada um 

deve se envolver. 

Ser único é, estranhamente, gostar do que todo mundo gosta. 

Ser livre é, incompreensivelmente, pensar o que todo mundo pensa. 

Ser autêntico é, maciçamente, aderir aos valores que os influenciadores, individuais ou coletivos, 

com palavras ou por gestos, colocam como virtudes a desenvolver ou bandeiras a desfraldar. 

Nem todo mundo se lembra que cabe a cada um pagar individualmente, custe o que custar, o 

preço de fazer o que todo mundo faz.  

A dívida contraída porque todo mundo se endivida será paga por quem a contraiu. 

O vício enraizado por fazer o que todo mundo faz será enfrentado por quem se acorrentou. 

O descuido tornado comum porque todo mundo se descuida gerará danos a quem não se cuidou. 

Sem exceções, nossa tarefa primeira é perguntar se todo mundo realmente faz o que parece que 

faz. Pode ser que se trate de uma mentira que uma minoria inventa. 

Sempre temos seriamente que refletir se o que todo mundo faz, ou parece que faz, é realmente 

bom e belo, santo e saudável, válido e valioso.  

“‘Todas as coisas são lícitas’, mas nem todas convêm; ‘todas as coisas são lícitas’, mas nem todas edificam”. (1Coríntios 10.23)  

Bom dia!!

 Israel Belo de Azevedo