“Devemos ter vergonha por havermos cometido uma falta, e não por a reparar”. (Jean Jacques Rousseau)
Contas a acertar
Pode ser que olhemos para trás e vejamos os males que provocamos, os prejuízos que
causamos, as dores que ensejamos.
Seremos levianos se tentarmos passar uma borracha sobre o nosso passado, como se o
gesto cessasse as feridas que abrimos, pagasse as dívidas que contraímos, curasse os
males que permitimos.
Para que o nosso futuro seja saudável, deve ser bom o presente daqueles a quem
machucamos.
Precisamos, nesses casos, acertar nossas contas.
Começamos a acertar as contas com o nosso passo quando reconhecemos a seriedade
dos erros que cometemos. Devemos ver ou imaginar como vivem aqueles a quem
prejudicamos e nos entristecer profundamente. Se sofrem por nossa causa, não podemos
nos absolver a nós mesmos e achar que está tudo bem.
Tomamos a decisão correta quando pedimos perdão, não por todos os erros em geral, mas
tendo em mente cada um deles, não apenas a Deus, mas também àqueles a quem
magoamos.
Agimos responsavelmente quando procuramos aqueles a quem abandonamos, abusamos,
descuidamos, desprezamos, fraudamos, furtamos, mentimos, machucamos, prontos para
reparar os erros que cometemos.
Talvez tenhamos que devolver o que pegamos. Talvez tenhamos que criar condições para
que o outro reencontre a alegria. Talvez tenhamos que nos aproximar de quem nunca
abraçamos.
A única situação em que não devemos fazer a reparação é se a nossa iniciativa for capaz de
provocar ainda mais danos. É nosso dever contribuir para tornar melhor a vida de quem
prejudicamos. Fora disto é nos enganar a nós mesmos e continuar ferindo.
“Zaqueu, por sua vez, se levantou e disse ao Senhor: ‘Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguma coisa de alguém, vou restituir quatro vezes mais’”. (Lucas 19.8)
Bom dia!
Israel Belo de Azevedo