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“Hoje, não se sabe falar porque já não se sabe ouvir”. (Jules Renard)  

Elogio das cores  

Diante da opinião do outro, quando diferente da nossa, podemos fazer de conta que não a 

ouvimos, o que será profundamente desrespeitoso. Quando fazem assim conosco, não nos 

sentimos completamente desconfortáveis? 

Quando o que o outro diz ou faz está em contradição com o que dizemos ou fazemos, precisamos 

desenvolver a sadia pedagogia do respeito. 

A aula começa quando temos respeito por nós mesmos, a despeito de nossas fragilidades e 

limitações e mesmo que não tenhamos sido tratados dignamente. Fomos feitos à imagem-

semelhança de Deus e não podemos nos ver de outro modo, nem devemos ver o outro a não ser 

desse modo elevado. 

O primeiro capítulo do livro do respeito trata da escolha. Devemos escolher respeitar o outro, 

prontos a pagar o preço respectivo. Sempre aprendemos com o outro, mesmo que seja não agir 

como ele age. 

Para respeitar o outro, precisamos conhecê-lo, o que implica em nos assentar ao seu lado, ouvir 

sua história, seja bonita ou feia. O resultado será admiração ou compaixão. Diante dos dramas que 

nos conta, estaríamos em pé? As aventuras que nos narra não podem nos inspirar? 

Respeitamos o outro quando o valorizamos. Quando valorizamos o outro, enterramos os tambores 

da guerra, a mãe da morte, e fazemos tremular a bandeira da paz, que gera vida. 

Se valorizamos o outro, devemos criar condições para que floresça aquilo que ele é, em suas 

reflexões e habilidades. O outro não tem que pensar o que pensamos, nem fazer o que fazemos. 

São as cores diferentes que embelezam o mundo. 

Ouvir é uma arte, na qual devemos nos esmerar.  

“Tenham cuidado e não se recusem a ouvir aquele que fala”. (Hebreus 12. 25 a)  

Bom dia!

Israel Belo de Azevedo