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“Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do que se tolera”. (Umberto Eco)  

Sim à vida  

Para tudo há uma explicação, como se, em nome da salutar tolerância, tudo devesse ser aceito. 

O crime mais hediondo não vem da maldade humana, mas da doença de quem o comete. Eis o 

argumento que, por vezes, se saca para absolver a crueldade. 

O desejo mais lamentável deve ser realizado, para não maltratar o coração humano, como se 

não fosse capaz de fazer escolhas moralmente sadias. Não faltará quem raciocine assim para aprovar 

o erro. 

O vício mais aprisionador deve ser mantido, como se fosse um direito inalienável de alguém querer 

portar algemas que lhe privam da liberdade e, no futuro, da própria vida. Não faltará a quem vive 

assim um tapinha de aprovação nas costas. 

O palavrão mais abjeto deve ser dito, como se fosse um termo como qualquer outro e melhores 

não houvesse para comunicar tropeções, dores e indignações. É por isto que ele se propaga como 

como uma pandemia que não respeita ouvidos avessos a grosserias. 

A violência mais gratuita é admitida, seja como autodefesa, mesmo que desproporcional, seja 

como reação ao ataque sofrido ou imaginado, seja como estilo de vida desejável para as 

conquistas. Por esta razão, palavras como “guerreiro” e “agressivo”, não “pacífico” e 

“compreensivo”, acabam conotando virtudes num ser humano persistente e objetivo em seus esforços. 

Não devemos confundir tolerância radical com permissividade total. 

Devemos sempre nos lembrar que obviamente todos os nossos gestos têm consequências que 

serão boas se não explicarmos e justificarmos os erros cometidos, sobretudo os nossos.  

“Que a palavra de vocês seja: Sim, sim; não, não. O que passar disto vem do Maligno”. (Mateus 5.37)  

Bom dia!!! Israel Belo de Azevedo