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“Estamos todos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo”. (Cora Coralina)  

O passado que nos encanta  

O passado nos encanta. Suas ideias (como a democracia) nos conduzem, seus monumentos 

(como as pirâmides do Egito) fazem com que nossos olhos brilhem, seus heróis (como os 

profetas bíblicos) nos fascinam, seus feitos (como os dos navegadores da era moderna) nos 

animam, seus ensinos (como o amor ao próximo) nos inspiram.  

O passado nos conta realizações (como pontes longas), nos exibe superações (como a travessia 

do povo hebreu pelo deserto), nos descreve derrotas e vitórias, nos lega palavras cuja história 

desconhecemos e nos oferece sentido para as coisas que sentimos e fazemos. 

O passado nos mostra que não somos tão sábios e competentes quando vemos suas edificações, 

suas invenções (como a imprensa ou a internet), seus 

livros (como “Os irmãos Kamarozov”), seus gigantes. 

Nosso conhecimento do passado é, contudo, sempre parcial e mediado pelas mãos dos vestígios,

dos documentos e dos estudiosos, o que nos estimula a estudá-lo, explorá-lo, compreendê-lo, 

interpretá-lo e reinterpretá-lo, para não formularmos conclusões superficiais e precipitadas, sejam 

negativas ou positivas. 

O passado nos chega pelas vozes que cantam as glórias, interpretam os fatos, revelam grandezas 

e escondem baixezas, o que nos iguala porque não fazemos diferente dos que vieram antes. 

Depois do encantamento e até mesmo da dúvida, devemos aprender com os altos e baixos que 

conhecemos do passado, para não os repetir, os baixos pelos quais  nunca podemos nos nivelar e 

os altos porque nós e nossas condições são diferentes.   

“Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria faz reluzir o rosto de uma pessoa e muda a dureza do seu semblante”. (Eclesiastes 8.1) 

Bom dia!! 

Israel Belo de Azevedo