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“Nossas ideias devem concordar com as realidades, sejam concretas ou abstratas, sejam fatos ou princípios, sob pena de interminável desarmonia ou frustração”. (William James)  

Depois das frustrações

Como filhos, pode ser que tenhamos sido protegidos das frustrações. Queríamos um 

brinquedo, ganhávamos. Queríamos dormir até mais tarde, podíamos. Queríamos deixar 

comida no prato, deixávamos. E nunca tivemos a ideia de quanto sacrifício nossos pais 

faziam para que não sofrêssemos.

 Como pais, pode ser também que nos esforcemos para que nossos filhos não 

experimentem momentos desagradáveis. Chegamos a esconder deles os nossos 

problemas, seja nossa enfermidade ou nosso desemprego, para lhes poupar, como se 

pudéssemos encapsulá-los. 

O problema é que todos nós conhecemos ou conheceremos as frustrações. Quanto maior 

for a bolha em que fomos envolvidos, maior será o estrago de sua explosão. 

Precisamos saber que as frustrações podem ser boas. 

Uma demissão que nos surpreende pode ser boa.  

A traição que sofremos pode ser boa. 

A escassez, seja de pão ou de diversão, de saúde ou de solidariedade, pode ser boa. 

Uma demissão nos pode abrir a oportunidade para um emprego melhor, talvez com 

menos dinheiro e mais alegria. 

A traição nos convida a conhecer pessoas reais, com virtudes e defeitos, e saber que não 

podemos confiar cegamente nelas, mas delas não temos como nos afastar. 

A escassez nos ensina a administrar melhor os nossos recursos, inclusive a guardar uma 

parte para os tempos magros. 

O mundo real, mesmo que nos desagrade, é melhor do que o mundo ideal, que nos ilude. 

Quando atravessamos o rio de uma frustração, saímos do outro lado mais 

sábios, mais saudáveis, mais santos, mais fortes, mais felizes, mais fraternos.  

“Disse Jesus: ‘Falei essas coisas para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo’”. (João 16.33)  

Bom dia!!!!!

Israel Belo de Azevedo