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“O desespero é o maior dos nossos erros”. (Marquês de Vauvenargues)

Os vetores do desânimo

Como um vírus, são vários os vetores do desânimo.

Ele pode ser uma consequência do cansaço, que é natural quando a velocidade e a intensidade

das tarefas que empreendemos estão acima de nossa capacidade de conviver com os seus

ritmos.

Ele pode surgir sorrateiramente na esteira da inveja que sentimos do sucesso alheio; tendo tentado

e não tendo alcançado, podemos desistir do dever de continuar persistindo.

Ele pode nascer da dificuldade de lidarmos com as críticas, que nunca deveriam ser excessivas,

nunca deveriam ser pesadas, nunca deveriam ser injustas, nunca

deveriam ser grosseiras, nunca deveriam ser inoportunas, porque nem todos somos capazes de ouvi-las, ponderá-las e incorporá-las

ou desprezá-las.

Ele pode se desenvolver ao som dos aplausos que ouvimos à insensatez, que nos leva a perguntar

se o ser humano é mesmo “sapiens” e por que certas vozes de audiência ampla não nos poupam

calando-se.

Se o nosso desânimo vem do cansaço, sabemos o que fazer: pausar, descansar.

Se ele nasce da inveja, sabemos o que sentir: a nossa vida não tem que ser igual à de ninguém. 

Se ele se alimenta das críticas mal-intencionadas, nosso caminho deve percorrer a autoconfiança

equilibrada e o perdão irrestrito.

Se ele é uma espécie de decepção pelo triunfo da estupidez, precisamos apagar da nossa tela os

comunicados que atentam contra a dignidade da razão, recusar as ofertas de leviandades e buscar

palavras que nos encham de esperança que não se engana com ilusões.

O desânimo passa, às vezes numa noite bem dormida.

 “Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia”. (2 Coríntios 4.16)

 Bom dia!!!!

 Israel Belo de Azevedo