Listen

Description

“Em todos os dias de nossos vidas fazemos depósitos nos bancos de memória de nossos filhos”. (Charles R. Swindoll)  

A láurea  

Laureado com a mais destacada honraria concedida pela Assembleia Legislativa do 

seu Estado, ele convidou os amigos que encheram o espaçoso auditório. 

A leitura da sua lista de realizações teve que ser longa, tantos foram os serviços que 

empreendeu, a maioria na empresa em que fazia carreira. 

Sucederam-se às dezenas os discursos de celebração das virtudes do novo cidadão 

honorário: entrara numa posição pequena e, naquele momento, estava no topo. Apesar disto, 

eram poucos os colegas de trabalho ali presentes. Òs donos da empresa só mandaram uma 

mensagem. 

Sua família, é claro, estava lá. 

Perto do final da cerimônia, foi dada a palavra aos filhos, representados no palco por um 

deles, uma jovem. 

Ela olhou para o pai, olhou para o parlamentar, olhou para o público, olhou para o microfone 

e, tomada de surpreendente sinceridade, como ilustrando um filme didático sobre família, 

fez o seu registro: 

— Estamos todos felizes por estarmos aqui nesta homenagem. Parabéns, papai. O senhor 

merece. Eu só queria dizer uma coisa: foi muito bom ouvir sobre os feitos do nosso pai, 

porque nós os desconhecíamos. Vamos ter orgulho dele daqui para a frente. 

Inteligente, o respeitado profissional, chegando a sua vez de falar, agradeceu o 

reconhecimento recebido e comentou o que ouvira da filha: 

— Se eu pudesse fazer algo diferente, seria: que eu daria mais atenção à minha família. Eu 

falhei neste ponto e lamento pelos meus filhos, crescidos sem mim. 

Poucas semanas depois, a empresa o dispensou, alegando que precisava renovar seus 

quadros.  

“Aquele que perturba a sua casa herdará o vento”. (Provérbios 11.29)  

Bom dia!!! 

Israel Belo de Azevedo