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“Saudade é um vazio que dói, presença da uma ausência, lugar onde o amor se aninhou, mas agora o ninho está vazio”. (Rubem Alves)  

Essa nossa saudade   

O que fazemos com essas nossas saudades? 

Temos saudade para dar e vender, mas ninguém a quer. Está sobrando nas gôndolas dos

corações de todos. 

Abala-nos a saudade dos que nos deixaram de vez. A promessa do encontro no céu nos 

conforta, mas não podemos apressá-lo. Enquanto isto, choremos. 

Sufoca-nos a saudade dos que estão longe e, limitados em nossos movimentos e viagens, 

temos que nos contentar com abraços e beijos virtuais, sabendo que não nos satisfazem, 

mas seria pior sem eles. 

Entristece-nos a saudade de não poder fazer o que sempre apreciamos: festejar com os 

que amamos, na mesa da casa ou do restaurante, nos bancos e saguões da igreja, na cantina 

da escola, na praia do rio ou do mar.

Dói-nos a saudade de não poder estar ao lado dos que padecem ou dos seus queridos, para 

uma palavra que anime, para um gesto que conforte, para uma oração que aqueça face a 

face. 

A saudade é a vitória da impotência, uma realidade para reconhecermos. 

A saudade pode ser perigosa, quando nos entorpece e faz com que não mais desejemos. 

A saudade pode ser boa, quando publica o amor que sentimos e pelo qual tudo fazemos.

A saudade requer muita fé, fé que Deus nos enxugará as lágrimas, mesmo que não notemos. 

A saudade requer muita esperança, esperança que Deus promoverá o reencontro pelo qual 

gememos. 

A saudade requer muita paciência, paciência para não provocar danos na tentativa de a 

resolvermos. 

Quando a distância não cala o nosso cuidado e a circustância não diminui o nosso afeto, a 

saudade mostra o melhor que somos e temos. 

Felizes somos se de saudade sofremos.  

“Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima”. 

(Apocalipse 21.3-4)  

Bom dia!!!! 

Israel Belo de Azevedo