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“O problema é quando as coisas divertidas se tornam um hábito. E eu acho que isso é o que aconteceu com a nossa cultura. O "fast-food" se tornou comida do dia-a-dia”. (Michelle Obama)  

O desperdício da diversão  

Se queremos realizar, precisamos nos fixar no desejo, tê-lo diante de nós como motor para as nossas ações. 

Desejo deve ser sentimento que nos alimenta, alvo que nos sustenta, meta que nos fomenta, guia que nos orienta. 

O desejo tem um estranho adversário: é a diversão, que é o desperdício do desejo maior a ser realizado. 

Divertir-se é em si mesmo um desejo, mas tem que ser temporário. A diversão não nos alimenta, porque é passageira; 

não nos sustenta, porque é ligeira; não é meta, porque é corriqueira; não é guia, porque é apenas um intervalo na vida, 

não a vida verdadeira. A diversão tem o seu lugar e deve ser buscada, mas não pode ser idolatrada, absolutizada, perenizada. 

Em todos os tempos, há pessoas que cantam: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (Isaías 22.13 e 1Coríntios 15.32). 

Esta não é uma canção que devamos entoar, se temos uma vida para edificar, um sonho para concretizar, um desejo para efetivar. 

Ela é completamente niilista, porque nega sentido ao que fazemos, como se fazer, seja o que for, bastasse; arranca-nos o futuro, 

como se o presente fosse suficiente; aliena-nos para outras necessidades, nossas e dos outros. Não temos que nos divertir agora 

como se fôssemos morrer amanhã. Não temos que trabalhar pela manhã como se a tarde não fosse existir. Se a diversão não for 

mais que uma interrupção revigorante, nossos anseios mais profundos restarão frustrados. Se passarmos a vida apenas nos divertindo, 

nós a desperdiçaremos. Neste sentido, a diversão é uma inimiga da felicidade.  

“Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta”. (Salmo 38.9)  

Bom dia!!! 

Israel Belo de Azevedo