Poderia arriscar dizer que a gente não se reconhece enquanto seres humanos sem relacionamentos. A gente precisa do espelho do olhar do outro para se reconhecer. Eu sempre me lembro daquele filme: "O Náufrago", em que o sobrevivente cria uma relação com uma bola pintada com um rosto. Pois é, nós somos seres relacionais. E essa é a nossa dor e delícia. Os relacionamentos podem ser confortáveis como meia quentinha no inverno ou incômodos como sapatos lindos e apertados, mas não devem ser doloridos e agressivos como andar descalço sob o asfalto do meio dia, num dia de sol de 40º (lembre-se dos seus cachorrinhos!). É aí que entram os nossos padrões tóxicos e sabotadores, pois muitas vezes ferimos nossos pés nas relações, sem saber o que é certo ou não de aguentar.