Hoje converso com uma das actrizes com personagens mais marcantes do Teatro O Bando. Da Dulcinha (Montedemo, 1987) ao Zé Povinho (que ainda hoje representa), Antónia Terrinha é um corpo e uma voz indissociável do caminho que o Bando fez até hoje.
Entrou muito jovem no grupo, no princípio dos anos 80, e de lá para cá foi acumulando histórias hilariantes, poéticas, dolorosas narrando cada uma delas com a mesma implicação e envolvimento. Já não faz parte da equipa actualmente mas é cooperante e recentemente integrou a criação liberaLinda onde contracenámos.
Hoje o cenário é outro. Estamos prestes a entrar em cena, em casa da Antónia e não estamos sozinhos nesta contracena. Em diálogo, comigo, com ela e com as memórias dos espectáculos estão a cadela shaki e cão de seu nome lemur, quase tão implicados como a sua dona na reacção ao desenrolar da conversa.
Abraçamo-nos, os cães garantem-nos que têm o texto na ponta da língua e aí vamos nós para esta estreia. Muita merda!