oi! 💌
que feliz esse dia de te mandar cartinha :)
essa é a segunda e eu já abri declamando minha poesia, olha a ousadia. rsrs…
semana passada escrevi os versos no verso da carta (vamos chamar de verso o finalzinho da news, tá?) e muita gente se identificou com ferida de sol. aí pensei, por que não experimentar a poesia em voz? a emoção é outra.
quem não leu, pode acompanhar o poema aqui.
por falar em experiência, tenho mergulhado em muitas. deve ser o processo de descoberta… há meses tenho me empenhado em aprender e praticar a escrita literária. do ventre dessa paixão nasceu uma verdadeira obsessão!
❤️🔥 ser escritora era uma pequena brasa antiga que eu trazia no coração, alimentada por textos aleatórios que escrevia e livros que lia. mas era alimento de fazer viver, não de fazer crescer. tornar a brasa fogueira não era coisa pra mim, era pra espécies distantes de gênios.🔥
até que eu entendi que, opa, o que é um escritor senão a pessoa que ou escreve ou sufoca? a pessoa que ama palavras como filhas, e brinca e usa, e é usada por elas. que decide se dedicar a escrever com a urgência de contar a si mesmo, e aos outros, o que existe dentro do peito. ser escritor é o que ainda não consigo nomear.
decidi virar a chave e dizer, ok, eu sou uma escritora 👀. e isso (trago verdades) significa não dormir mais; rsrs, é sério! é sonhar com uma ideia, acordar antes da 5h e, desesperada, correr pro bloco de notas. é olhar uma cena na rua e parar pra anotar a deixa prum conto antes que vire fumaça na memória.
escrever é olhar pra tudo e ver poesia - talvez é o que fazia Clarice e o que faz Bethânia, que protagoniza essa cena incrível lendo boquiaberta a musa Lispector 😍
(postei vídeo do momento catártico nos stories: “ai, Claricinhas querida!”)
tenho me preenchido do que posso sobre o assunto. livros, críticas, oficinas literárias… aliás, uma delas termina hoje e eu já estou com o coração em caquinhos de saudade. à noite me encontro pela última vez com a turma do Clube de Escrita da Aline Bei, uma das maiores escritoras desse tempo.
foi um privilégio ouvir e ser ouvida por ela, que tem uma escuta tão delicada. no fundo, penso que é essa a matéria de que é feito um bom escritor: ter olhos e ouvidos pro outro.
também agradeço teus olhos e ouvidos nessa nossa correspondência, que se torna parte importante da minha rotina de escrita. saiba que te ter aqui é imenso pra mim.
obrigada por isso ☺️
depois dessa comversa (com m, é gostoso brincar com o nome da news), tem o p.s., que é uma seção de inspirações e coisas legais que garimpei. por fim tem o verso, um presente literário. camaleão, o texto pode vir em pele de poesia, conto ou crônica.
e como chamamos carta de correspondência, vou amar ser correspondida, viu? pode ser comentário, e-mail, compartilhamento. de coração, espero que nossa troca te toque.
beijos!
com amor, amanda. 💜
p.s.
* o último livro que li me tirou o chão: Tudo é Rio, de Carla Madeira. peguei emprestado da minha amiga Mica, a quem agradeço com carinho o mergulho. é uma história de dores e amores que penetram na pele e rasgam. um texto profundo como o mar, corrente como o rio. leia Carla Madeira! leia mulheres!
* falando nisso, deixo aqui um post com nomes de novas escritoras pra conhecer - todas minhas colegas de clube da escrita!
* nas horas de ir e vir pela rua, desenvolvi um verdadeiro vício por ouvir podcast. dia desses ouvi uma conversa linda no vivieuvi com Verena Smit, que usa as palavras como forma de arte. bem interessante!
verso
panfleto feminista
mulheres,
última chamada.
modernas e contemporâneas,
disponibilizadas,
complementares,
oferecidas.
faltam
poucas vagas,
10%
última chamada para
um teto todo seu.
.
celebramos nossa trajetória
desde o Renascimento
até a contemporaneidade.
todas as quartas
temos um encontro
às dezenove horas.
uma continuação
na história.
.
mulheres,
400 mulheres,
artistas,
para além da européia e
norte americana.
trata-se de
um aprofundamento,
pitadas,
artemisia,
palavra.
.
venho avisar,
dando ênfase:
é a última.
leia:
o assunto
é sem dúvida
Chave
que arrebatou o coração.
vem conhecer e amar,
realizar
até a próxima,
até o final.
.
* poema roubado de e-mail promocional do curso de arte Mulheres artistas na história da arte, projeto um teto todo seu. se chama poema roubado quando as palavras são recortadas de outro lugar, embaralhadas e unidas poeticamente numa nova escrita.