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Eu tenho uma confissão para fazer.
Quando comecei o podcast do Hack Life, eu era um garoto.
Um garoto ludibriado que buscava a todo custo uma figura de pai “perfeita” em que pudesse me espelhar. Novas referências do que era ser um “homem”.
Mas a vida é sábia, e me ensinou um dia após o outro que nesse mundo não existe perfeição. Que se eu quiser a luz, vou ter que ver toda a sombra que aparece com ela.
Todos os maiores ídolos que eu algum dia construi em minha mente foram dilacerados pela realidade.
É assim que uma criança ludibriada pensa: ela não vê o espectro todo, ela vê de forma binária.
Ou ama, ou odeia.
Quando realizei essa verdade em corpo, mente e alma, resolvi dar os primeiros passos para me tornar o ser humano que gostaria.
Percebi que não adiantava mais buscar referências externas de como eu deveria ser.
Por que esse ser humano só existe no meu coração, em mais lugar nenhum.
Essa semana a vida jogou um balde de água fria na minha cabeça, quando descobri que um dos meus ídolos, John Lasseter, co fundador da Pixar Animation Studios, vai sair da companhia que ele fundou ao final de 2018 por algumas denúncias de abuso.
E antes de seguir, meu querido leitor, eu lhe peço, por favor, que você inspire e expire diversas vezes e perceba que eu não vou tomar lados nesse texto. Como sempre, os textos da sextaFilosofal servem para ilustrar uma situação do cotidiano para abrir uma reflexão.
Eu não quero saber se você concorda ou não.
Não existe o que concordar.
Não existem dedos a serem apontados.
Durante o texto, eu vou sim usar rótulos duros. Não com o intuito de acusar, mas para que você possa refletir.
Refletir sobre a realidade.
Entenda que esse texto traz personagens reais, mas a partir do momento em que eu começar a escrever sobre eles e rotular, eles se transformam em personagens fictícios.
Que só existem na minha mente, em mais lugar nenhum.
Simplesmente por que eu não conheço esses seres humanos. Tudo que sei é por um “telefone sem fio” de 2 ou 3 artigos que li. E espero que você em toda a sua consciência saiba que isso não é nada perto de tudo que um ser humano realmente é.
Isso vale não só pra sextaFilosofal, mas para qualquer coisa que você ler ou ouvir, seja na TV, jornal, internet ou fofocando sobre seu primo, ok?
Faz sentido?
Esse texto serve para te convidar a enxergar além da sua própria hipocrisia e veja a si mesmo nos personagens citados.
A partir dessa reflexão, espero que possa atuar melhor nesse mundo. A partir do amor, não do medo.
Preparado(a)? Então vamos viajar:
Seguindo a onda crescente do movimento #MeToo nos Estados Unidos, que faz denúncias de abuso nas grandes corporações, uma ex funcionária da Pixar fez barulho ao escrever um artigo sobre o ambiente machista que existe na Pixar.
Segundo ela, seu superior falou diretamente que ela não poderia participar das reuniões semanais de um projeto pois John Lasseter tinha um “problema para se controlar diante de mulheres mais jovens”.
Por que isso acontece?
Porque homens e mulheres continuam sendo meninos e meninas no corpo de adultos.
Vivemos tão anestesiados pelo nosso estilo de vida destrutivo que nossa psique não sabe lidar corretamente com as energias que passam pelo nosso ser de corpo, mente e alma.
E mais: esses meninos e meninas subordinados não fazem frente ao que veem de errado no mundo, e se omitem.
Se Lasseter realmente tinha um comportamento abusivo, eu não sei dizer.
Tudo que sei é o que li nos artigos.
Pode ser verdade.
Como também pode ser só uma “aumentadinha básica”, que todos sabemos que existe.
Mas vamos entrar no campo de suposições por um momento e supor que sim, que ele realmente tinha um comportamento machista e abusivo.
Como vivemos com base no medo,
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