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Domingo, 20 de agosto de 2006 – 22h30 – Grande Tenda do Cirque du Soleil – São Paulo

Aplaudo, em pé, satisfeita e emocionada, os artistas do Cirque du Soleil, aparentemente misturas de ser humano, máquina e obra divina.

O Cirque do Soleil, além de nos mostrar os frutos advindos da dedicação e coragem, nos ensina que animais não nasceram para dançar can-can sobre placas quentes nem para passar no centro de rodas de fogos ao ouvirem o estalo de um chicote. Gente é gente. Bicho é bicho. Gente é artista em circo. Bicho é artista solto na natureza.

Não se faz espetáculo com exploração.

Palmas para eles.



Segunda-feira, 21 de agosto de 2006 – 22h30 – Esquina da Avenida de Julho com a Rua José Maria Lisboa – São Paulo

Choro, sentada dentro do carro, triste e revoltada, ao ver no semáforo as crianças malabaristas do Cirque du Brésil, frutos do descaso, da corrupção e da exploração.

O Cirque du Brésil tem conseguido colocar no picadeiro cada vez mais e mais artistas. Os adultos, na sua maioria, trabalham como palhaços e malabaristas. Muitos ficam à frente de atiradores de facas, torcendo para que esses não os acertem. As crianças começam como malabaristas, atirando bolinhas de tênis para o alto ou fazendo pirâmides humanas. Muitas, no entanto, já são exímias atiradoras de faca.

O problema é que nenhum desses artistas está no circo porque quer. São como os leões, elefantes e macacos acorrentados e treinados para fazer suas leonices, elefantices e macaquices. Os artistas do Cirque du Brésil não sabem que o circo pode se transfomar num Cirque du Soleil.

A minha esperança, naquele momento ao menos, foi de que nossos artistas mirins possam ser capturados pelo Cirque du Soleil durante sua passagem pelo Brésil.

Não se faz espetáculo com exploração.

Lu Gerbovic

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