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Se vivessem tanto quanto nós, choraríamos menos suas perdas, mas certamente não desfrutaríamos tanto desse amor. Saber que não estarão conosco na nossa velhice, se chegaram às nossas casas durante a infância ou a adolescência, nos obriga a ser um companheiro melhor, pois nessa relação não haverá tempo para pedidos de desculpas e arrependimentos.

Ou se é inteiro. Ou se é inteiro.

Achamos que somos necessários, mas basta olharmos para suas carinhas enquanto zelam por nós para termos a mais inabalável certeza de que a dependência é exatamente contrária. Como somos tolos na nossa prepotência!

Precisamos do abanar do rabo ao entrar em casa, das corridas alegres que desarrumam o tapete (que eles comeram) em torno da sala, das patas arranhando nossos braços ao pedir carinho, dos pulos que querem nos alcançar, do corpo quente encostado aos nossos pés, dos latidos altos e, principalmente, do olhar que nos diz “estou aqui”.

Somos capazes de suportar, e até de aceitar, a indiferença humana, mas desabamos diante de uma cauda que não se agita freneticamente ao nos ver.

E a magia ainda maior disso tudo é que não importa o tempo, se um, dois, cinco, dez ou quinze anos. Um dia apenas é suficiente. Aliás, um olhar...

Lu Gerbovic
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Esa música NÃO está sob licença Creative Commons porque não é minha.