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Aqui é Simone Ferro e hoje eu tenho o grande prazer de entrevistar a empreendedora cultural, guardiã da cultural afro-maranhense e coreira, Celia Cantanhede.

Nascida em 16 de abril de 1960, na comunidade Beira de Campo, em Floresta (MA), Celia Cantanhede cresceu imersa na cultura popular maranhense, especialmente no Tambor de Crioula. Desde a infância, acompanhava as festas de pagamento de promessa organizadas por seu pai, devoto de São Benedito, e logo o Tambor de Crioula e o Forró de Caixa passaram a fazer parte do seu sangue e identidade.

Na vida adulta, viveu por mais de 20 anos em Brasília, onde se distanciou das raízes culturais. No entanto, ao retornar ao Maranhão, redescobriu sua paixão e compromisso com a cultura popular. Em 2004, já morando na cidade de Central do Maranhão, fundou com outros parceiros uma associação cultural dedicada ao resgate e à valorização das manifestações tradicionais da região, como o Tambor de Crioula, o Forró de Baixa e o Bumba Meu Boi.

Em 2005, criou o Grupo de Tambor de Crioula Raiz Africana, um dos pioneiros do município com estrutura para apresentações formais. Desde então, segue à frente do grupo, trabalhando incansavelmente para preservar, ensinar e difundir o Tambor de Crioula nas comunidades do interior maranhense, onde essa expressão cultural corre o risco de desaparecer com o passar das gerações.

Com mais de 60 anos, Dona Celia continua sendo uma guardiã incansável da cultura afro-maranhense, mantendo viva a herança que recebeu na infância e lutando para que as futuras gerações também possam reconhecê-la como parte fundamental de sua identidade.