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No ano passado, quando líderes mundiais se reuniram para discutir a emergência climática na COP 26, as circunstâncias não eram exatamente favoráveis. O mundo vivia a ressaca de uma pandemia, que tinha ceifado mais de 5 milhões de vidas, reduzido a atividade econômica global em dois trilhões de dólares e tinha deteriorado as finanças públicas de países ricos e pobres.

Pois bem, chegou a hora de quase 200 países se encontrarem de novo. Dessa vez na COP7, no Egito. E a conjuntura global piorou. A invasão russa da Ucrânia já dura nove meses. A Europa, que sempre foi protagonista nas políticas de mitigação do aquecimento global, está ocupada com uma grave crise energética. Voltou até a reativar usinas de carvão, uma fonte de energia suja que estava sendo eliminada do sistema. Isso sem falar no aumento persistente da inflação nas principais economias do mundo.

Mas esperar que as coisas se acalmem pra depois pensar no clima, não é uma alternativa. Um relatório novo das Nações Unidas mostra que, mesmo que os países cumpram as metas de reduções de emissões com as quais se comprometeram no Acordo de Paris, o planeta estará entre 2,4 e 2,6 ​​graus mais quente até o fim do século. Ou seja, bem acima da meta entre 1,5 grau e 2 graus com a qual esses países se comprometeram. É por isso que o senso de urgência dessa COP é maior que nunca.

Para o Brasil, em particular, esse evento deve ser um divisor de águas. Depois de quatro anos de recordes no desmatamento que levaram o país à posição de pária da comunidade internacional, Lula deve comparecer à COP e levar uma robusta agenda climática consigo. A ex-ministra do meio-ambiente e deputada federal eleita Marina Silva também estará lá. Mas, oficialmente, ainda é o governo Bolsonaro que representará o Brasil na mesa de negociações. E é esse governo que terá de explicar o descumprimento às metas do Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário. 

No episódio de hoje eu converso com Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima. Ela fala sobre o papel do Brasil na COP27 e sobre os temas mais importantes - e mais espinhosos - na pauta desse encontro. A começar pelo financiamento aos países pobres para adaptação a um clima mais quente.
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Esse é o primeiro episódio da cobertura especial da COP 27, que acontece em parceria com o Capital Reset, o site de notícias sobre investimentos e negócios sustentáveis. A partir da semana que vem, o Sérgio Teixeira, editor do Reset, participa dessa cobertura direto de Sharm El-Sheikh, no Egito. Para não perder nenhum detalhe, siga o podcast no seu player. E se você quiser contribuir para uma discussão mais construtiva sobre o clima, recomende para um amigo. 

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O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com