Queijo, iogurte e manteiga são alimentos cotidianos para muita gente. Na mente da maioria dos consumidores, os lácteos - ao contrário da carne - não tem conexão direta com crueldade animal, uso de antibióticos e crise climática.Poucas vezes paramos para pensar que vacas, cabras e ovelhas (assim como qualquer mamífero) precisam ter tido filhotes para produzirem leite - então, para termos lácteos o tempo todo, essas fêmeas precisam estar o tempo todo prenhas. No Brasil, segundo o IBGE, há 37 milhões de vacas leiteiras...Se muito se fala da necessidade de ingerir lácteos para garantir o aporte de cálcio - quando, na realidade, todos os nutrientes presentes em lácteos animais podem ser obtidos de outras fontes - pouco se fala que, atualmente, o leite e seus derivados são os alimentos mais alergênicos a humanos. Segundo dados do Datafolha, no Brasil, 35% da população com idade acima de 16 anos (cerca de 53 milhões de pessoas), relatam algum tipo de desconforto digestivo após o consumo de derivados do leite. No mundo, estima-se que 60% a 70% da população apresenta algum nível de dificuldade de digestão ou debilidade da enzima lactase.Por conta desse cenário, a indústria de lácteos vegetais vem crescendo imensamente, em todo o mundo. O que os queijos, iogurtes e manteigas vegetais nos oferecem de nutrientes? Do que são feitos? São ultraprocessados? São tão saborosos quanto os de bicho?Para conversar sobre o tema, nosso convidado é Álvaro Gazolla. Álvaro entende muito de ambos os assuntos: trabalhou 17 anos na indústria de leite animal e, em 2017, mudou de caminho, fundando a Vida Veg, empresa de laticínios vegetais.