Gente que tem muito, muita gente pouco tem
Quantas gramas se descola com uma nota de cem?
A distância relativa, descreve o teorema
Libera o fator quântico que aqui não tem problema
Díficil de encontrar, quase impossível sair
Demoraria anos para falar tudo que vi
Encontrei esse lugar seguindo o coelho branco
Num pensa que é Matrix ou a Alice do conto
Para achar essa entrada, levei muita porrada
Assim é minha vida, vou ao rumo sem o mapa
Como saber o que achei? É díficil definir
Mas a ciência comprova, da Lapa e do Pery
Que o tóxico no sangue já nem faz mais efeito
Preciso ir prum lugar e recomeçar direito
E a cidade escolhida com certeza é a mais legal
Na placa vem escrito: Bem vindo a Luantown
Não tem lado, não tem lei, não tem física, nem sabor
Não tem ontem, nem talvez, aqui o tempo já passou
Não tem dentro, não tem fora, não tem ele, não tem eu
É diferente das cidades que você já conheceu
Não tem vida, não tem nome, não tem data, nem família
Não tem amor, nem guerra, nem história, nem preguiça
Não tem rima, não tem rap e nem tem definição
Uma cidade diferente onde se vive de emoção
Quando cheguei no lugar, ampliei minha visão
É o efeito de estar ali na quinta dimensão
Tudo se cria que a cria recria que sem alarde
Como se a minha mente passasse a ser um lápis
Expandindo no papel, animais metamorfos
Evoluem constantemente e vão formando algo novo
Se misturam e me confudem, em sinergia com os outros
Ou você ainda achou que aqui só morava um louco?
Transição de ideias, nuvens que tranpõe o são
A leveza e a diferença vai compondo a informação
Importâncias e compromisos, distinções e motivos
Aqui não faz sentido, se num ta aqui pra isso
Mas vai com calma aqui, que o lugar num é perfeito
O problema da cidade é simplesmente o desejo
Se começa a brisar nela e ela vai sumindo
Mostrando o seu preço, seu pensamento abatido
Não tem lado, não tem lei, não tem física, nem sabor
Não tem ontem, nem talvez, aqui o tempo já passou
Não tem dentro, não tem fora, não tem ele, não tem eu
É diferente das cidades que você já conheceu
Não tem vida, não tem nome, não tem data, nem família
Não tem amor, não tem guerra, não tem história, preguiça
Não tem rima, não tem rap e nem tem definição
Uma cidade diferente onde se vive da emoção
Do jeito que a coisa vem, do jeito que a coisa vai
Mas sempre deixa na boca um gostinho de quero mais
Remoendo ali na banca, o motivo, a razão
Porque a busca do desejo que gera a satisfação?
Não tem livro, não tem santo, nem mahati ma Gandhi
É fácil ser um bosta e meter que sabe de monte
E saber pouco de si, agindo igual criança
Vivendo remoído aguardando a esperança
Eu to aqui também, construindo o meu portal
Certeza igual você que um dia vou passar mal
Overdose de sentidos que nem tem onde guardar
Será que evoluir é não ter mais como voltar?
Não tem dentro, não tem fora, não tem ele, não tem eu
É diferente das cidades que você já conheceu
Não tem rima, não tem rap e nem tem definição
Uma cidade diferente onde se vive da emoção