Composição de Ulisses Galetto, arranjo do Grupo FATO.
Voz: Daniel Fagundes.
Letra/Lyrics
VAGABUNDO II / VAGABUND II
Acordei antes do sol
e liguei pro vagabundo
meio tonto, meio tudo
meio-a-meio por inteiro
disse a ele o que devia
o que queria, o que me havia
o que passava na cabeça
deste preto do avesso
Eu era a ginga total
era a mulata fatal
eu era o homem sem o queixo
era o lindo Pão de Açúcar
era os Arcos da Lapa
e as escolas suntuosas
explodindo a avenida de alegria
Num dia lindo e cinzento
usava a minha capa bacana
em sua Copacabana
e num dia claro de sol
vestia a sunga colorida
num dos parques da Curita aflita
Eu era o avesso do mar
era um deserto cheio de vida
onde havia o mundo inteiro
mas também muito espaço
pra quem o mundo nem sabia que existia
Eu era um poço, um desgosto
mas de qualquer maneira eu não tinha fundo
Apenas, eu queria que o querer do vagabundo
se juntasse ao meu
Pra que tudo o que sonhamos fosse um dia
o dia-a-dia de todo mundo
E desse sonho total eu tava quase acordando
mas ainda tinha muito
o que dizer pro vagabundo
A vida é quase real
e o que seria ou não seria
se não fossem nossos sonhos,
nossos medos, nossas dores?
Mas o tempo não para
a estrada não fecha
a longa caminhada não termina no meu sonho
Eu era apenas um homem
um louco, quase pouco, um viajante
carregando muito peso nos ombros
- - - - - - - - - - - - - - - -
I rose before the sun
and phoned the vagabund
half crazed, half of everything
wholly half and half
I told him what i had to
what i wanted to, what had
gone through the head
of this white nigga
I was all jive
I was the mulatta femme fatale
I was the man without a chin
I was the splendid Pão de Açúcar (sugar loaf)
I was the Lapa Arches
and the sumptuous samba schools
exploding the avenue with joy
On a beautiful grey day
I wore my classy mac
on your Copacabana
and on a clear sunny day
I dressed in my colored trunks
to a park in gloomy “Curitiba”
I was the reverse of the sea
I was a desert full of life
which held the whole world
but also lots of space
for whom the world didn’t even know he existed
I was a well, a drain
But in any case I was bottomless
I just wanted the bum’s longing
to join mine
So that everything we dream
would be everyone’s day to day one day
And from the entire dream I was almost waking
but still had lots
to tell the bum
Life is almost real
And what would it be or not be
if not for our dreams,
our fears, our grief?
But time doesn’t stop
The road doesn’t end
The long journey
doesn’t end in my dream
I was only a man
A looney, almost nearly, a traveler
carrying a heavy load on his shoulders