Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
O Brasil tenta apurar a culpa das redes sociais no crescimento de ataques em escolas. Se já não bastasse a incredulidade diante de alunos e professores brutalmente assassinados, o posicionamento do Twitter em uma reunião de representantes das principais plataformas com o ministro da Justiça na terça provocou revolta. Entretanto, apesar daquela pavorosa declaração, precisamos olhar o problema sem simplificações.
Especialistas afirmam que a explosão de conteúdo nessas plataformas que menciona e até glorifica esses crimes serve como catalisador para novos atentados. Mas como expliquei nesse espaço na semana passada, apesar da contribuição dessas publicações para esses crimes, eles não podem ser atribuídos apenas a isso.
É um consenso que as redes sociais fazem muito menos do que poderiam e deveriam para o combate a esses crimes, como quando o Twitter disse naquela reunião que fotos de assassinos e de vítimas em posts não violariam as regras da rede ou sequer seriam apologia a crimes.
Muitos afirmam que retirar esse ou qualquer outro conteúdo seria censura. Alguns vão além e sugerem que esse movimento encobriria o real interesse de um governo que, na verdade, estaria usando essa comoção para controlar a mídia.
São argumentos fortes, e eu até concordaria, se as redes sociais fossem meios de comunicação tradicionais. Mas elas não são: sua gigantesca capacidade de nos convencer de qualquer coisa concentra o núcleo dessa discussão.
Isso não pode virar uma discussão político-partidária, como muitos já têm feito. Tampouco há espaço para deixar tudo como está, pois o discurso de ódio nas redes agrava o problema de fato.
Essas empresas devem abandonar sua complacência, para evitar medidas mais drásticas. E a sociedade precisa ficar vigilante para que nenhum governo use o pânico para controlar qualquer mídia.
Você acha que esse tipo de publicação nas redes sociais causa mais crimes? Qual é o papel dessas empresas na causa e na solução do problema?