Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Em um primeiro momento, relacionar a redução na quantidade de filhos com o crescimento no uso das redes sociais pode parecer sem sentido. Mas esse é só mais um exemplo de como elas impactam nosso cotidiano, muitas vezes de maneira sorrateira.
Os primeiros resultados do Censo 2022, divulgados na semana passada, indicam que os brasileiros estão tendo cada vez menos filhos. Causas para essa queda na taxa de fecundidade há muito conhecidos, como o custo de vida e a ascensão profissional das mulheres, ganham ainda mais relevância. Mas há um aspecto que o IBGE não mede e que pode estar contribuindo cada vez mais para esse quadro, que são justamente as mudanças comportamentais promovidas pelas redes sociais.
Para essa análise, considero bebês nascidos em relacionamentos estáveis de qualquer tipo. Se os últimos diminuírem, teremos menos bebês. E aí entram as plataformas digitais.
Redes de vídeos curtos, especialmente o TikTok, estão alterando não apenas a maneira como consumimos conteúdo, mas também como trabalhamos, estudamos, compramos, nos divertimos e nos relacionamos. Não é um exagero: um bombardeio infinito com estímulos visuais apelativos e vazios está criando uma geração impaciente e avessa a compromissos, que espera que tudo siga esse padrão.
Mas relacionamentos, mesmo um simples namoro, exigem tempo, paciência, resiliência e dedicação. E no final ainda podem dar errado!
Há muitos anos, me disseram que “a paixão é uma armadilha da natureza para procriarmos”. Vendo os números do Censo, essa frase faz ainda mais sentido: se as pessoas não mais tiverem paciência nem para a paixão, teremos mesmo menos crianças no mundo.
Para entender como a sociedade digitalizada altera os nossos relacionamentos, convido você a ouvir esse episódio. E você, sente alguma diferença nesse sentido ao seu redor?