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Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Cuidado, pois seus pensamentos em breve poderão não ser mais só seus.

A inteligência artificial está sendo usada com outra ciência de ponta, a dos implantes neurais, para criar habilidades inéditas ou solucionar limitações físicas, como dificuldade de falar ou de se mover. Isso é algo muito bem-vindo, que beira a ficção científica, mas desperta alguns alertas de privacidade até então inimagináveis.

Afinal, se uma máquina for capaz de ler com boa precisão o que se passa em nosso cérebro para realizar essas tarefas, que garantias teremos de que nossos pensamentos mais íntimos estarão protegidos?

O cérebro continua sendo o último bastião da nossa privacidade. Nossos pensamentos são apenas nossos até que decidamos compartilhá-los. Mas agora novas aplicações da tecnologia BCI (sigla em inglês para “interface cérebro-computador”) podem mudar isso.

Uma pesquisa recente, que visava identificar palavras que uma pessoa estava pensando para reproduzi-las em um alto-falante, identificou também pensamentos cujo dono não pretendia compartilhar. Considerando que temos cerca de 50 pensamentos por minuto, qualquer sistema com essa proposta merece atenção redobrada.

O experimento ainda é embrionário, portanto ninguém precisa ter medo de que o ChatGPT acessará nossos segredos se não contarmos a ele. Mesmo assim, isso já deve alimentar debates sobre como impedir que máquinas invadam esse espaço sagrado que sustenta nossa própria individualidade.

Além disso, na mão de governos e de outros grupos de poder, isso significaria a ferramenta definitiva de manipulação das pessoas.

Mas, afinal, como funciona essa tecnologia? Estamos mesmo condenados a perder a nossa mais íntima privacidade? É sobre isso que falo nesse episódio.

O que você acha que aconteceria se todo mundo soubesse tudo que o outro está pensando?