Listen

Description

Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Não se pode ignorar os casos de pessoas que faziam “terapia por inteligência artificial” e se suicidaram.

Desde que o ChatGPT foi lançado, há dois anos e meio, ele vem sendo usado como “psicólogo” por uma quantidade grande (e crescente) de pessoas. A princípio, parece uma boa ideia: ele é uma “voz amiga” sempre disponível para ouvir lamúrias e dar “bons conselhos”, sem julgamentos e ainda de graça. Mas, como já expliquei nesse espaço em mais de uma ocasião, esse é um dos piores usos que alguém pode fazer da inteligência artificial generativa.

Em primeiro lugar, do ponto de vista do processo terapêutico, é ineficiente. Justamente pela sua falta de humanidade, essas plataformas não só podem não ajudar os pacientes a encontrar soluções para seus problemas, como ainda podem agravá-los.

Mas um caso recente me fez pensar em um novo aspecto grave das “terapias por IA”. A história com final trágico de uma jovem americana expôs uma seríssima limitação dos terapeutas-robôs: eles não conseguem romper os limites daquelas conversas para avisar familiares e autoridades se algo terrível estiver prestes a acontecer.

Isso não é um detalhe. Para profissionais de saúde mental, essa ação é uma obrigação legal que ajuda a salvar vidas. Há crises que a terapia não consegue resolver e, por isso, precisam ser encaminhadas para outras instâncias.

Entretanto, a IA generativa não é um psicólogo, e, por isso, não segue o código de ética ou outras regras da profissão. E mesmo que quisesse seguir, não conseguiria. É aí que um uso ruim se torna perigoso demais.

Mas, afinal, que o problema de se usar a IA como “psicólogo”? É sobre isso que falo nesse episódio.

E você, o que acha de usar essa tecnologia com essa finalidade?