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Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Estamos diante do fim da liberdade quase irrestrita das big techs sobre nós?

Na segunda passada, a Apple foi multada pela União Europeia em €1,8 bilhão (cerca de R$ 9,8 bilhões), em um processo movido pelo Spotify, que a acusava de concorrência desleal. A decisão impacta muito mais que a empresa e seus clientes: reflete mudanças que governos tentam impor às big techs para reduzir seu enorme poder sobre a vida da população.

A principal queixa era a exigência pela Apple de que os aplicativos para o iPhone e o iPad sejam instalados exclusivamente a partir da App Store, com a empresa ficando com 30% das transações na sua plataforma. O Spotify entendia que o Apple Music, serviço de streaming da Apple, tinha uma vantagem indevida, pois esses 30% ficavam na empresa. Além disso, ele já vem pré-instalado nesses equipamentos.

Travestida de facilidade para os clientes, essa sutil imposição dos próprios produtos por ser dono de um ecossistema digital foi criada pela Microsoft na década de 1990, graças à dominância do Windows. Nos anos seguintes, o modelo foi aperfeiçoado pela Apple, Google e Meta. O processo foi tão eficiente, que nós mal percebemos essa dominação e achamos tudo normal.

Mas isso pode estar com os dias contados. Na Europa, as big techs fizeram mudanças profundas, graças à Lei dos Mercados Digitais, que passou a valer na quinta. Pelo tamanho do mercado europeu e por suas regulações da tecnologia inspirarem leis ao redor do mundo, podemos começar a ver movimentos semelhantes em outras regiões.

Essas empresas construíram seus impérios quase sem regras, focadas nos lucros, esmagando concorrentes e com rumos definidos apenas pelas suas bússolas morais. Resta saber se essas novas leis realmente encerrarão esse período de “autorregulação” e se isso beneficiará os seus clientes.

É sobre que falo nesse episódio. Junte-se a nós nesse debate!