Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Você está preparado para celulares que podem se tornar máquinas de distorcer a realidade?
Quando a fotografia foi inventada, no século XIX, ela revolucionou o mundo por reproduzir facilmente a realidade. De lá para cá, ela só melhorou, culminando na fotografia digital, que transformou um hobby caro em uma diversão extremamente popular, consolidada com poderosas câmeras nos celulares.
Mas agora esses equipamentos podem ironicamente subverter essa característica essencial de retratar a realidade com precisão.
A culpa recai sobre a inteligência artificial. Ela já está presente há algum tempo nos softwares de imagens dos melhores celulares. Mas, até então, prestava-se a “melhorar” (note as aspas) as fotografias, aumentando fidelidade e refinando cores, brilho e contraste.
Isso começa a mudar agora, com o lançamento nos EUA, no dia 11, do Pixel 8. O smartphone de US$ 700 do Google consegue efetivamente alterar a realidade fotografada. É possível, por exemplo, eliminar pessoas e objetos das fotos, alterar elementos das imagens ou modificar suas posições e até “melhorar” o rosto de pessoas combinando com a maneira que elas apareceram em outras fotos.
Como nas atuais plataformas de inteligência artificial generativa, alguns resultados dessas edições são decepcionantes e até grotescos. Outros, porém, ficam bem convincentes!
Somos seres visuais: nosso cérebro tende a assumir como real o que está diante de nossos olhos. Por isso, vale perguntar até que ponto é positivo e até saudável dar a possibilidade de se distorcer a realidade de maneira tão simples.
As pessoas usarão intensamente essa tecnologia, assim que tiverem acesso a ela. Mas quem será responsabilizado quando começarem a surgir problemas por essa distorção proposital da realidade?
Entenda os benefícios e os riscos dessa tecnologia nesse episódio. E depois diga: você acha que estamos preparados para viver em um mundo em que a ilusão se sobrepõe à realidade?