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Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Por que a Apple adiou o lançamento na Europa de seus recursos de inteligência artificial, apresentados no início do mês?

A empresa culpou a Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), criada para evitar abusos das big techs, pela sua decisão, e não deu um prazo para que esses recursos cheguem ao continente.

Alguns europeus podem ficar irritados com a Apple; outros, com a lei. Mas essas regras existem justamente porque as gigantes de tecnologia abusam do poder que têm sobre seus usuários há décadas, criando relações comerciais desequilibradas, francamente desfavoráveis aos clientes.

A decisão da Apple de adiar a liberação desses recursos na Europa e sua oferta no resto do mundo é emblemática, e podemos aprender algo com ela. Em nota oficial, ela disse estar preocupada que os requisitos da DMA comprometam a integridade dos produtos, colocando em risco a privacidade e a segurança dos dados.

Oras, se as regras de uma lei que determina boas práticas comerciais e de concorrência ameaçam um serviço, ele não me parece maduro para ser lançado em qualquer mercado.
Isso precisa ser observado em todos os produtos, mas é particularmente importante nos que usam a inteligência artificial. Essa tecnologia é tão poderosa, que, ainda que esteja em seus estágios iniciais, já transforma nossas vidas e o cotidiano de empresas.

Nesse cenário, aspectos éticos e de governança são fundamentais para que a sociedade se desenvolva com a IA, evitando que ela aumente ainda mais a concentração de poder nas mãos de poucos grupos.

Por isso, eles não podem ser opcionais nessas plataformas: eles precisam fazer parte do negócio, desde sua concepção. Caso contrário, a população pode perder a confiança na IA, desperdiçando todo esse poder.

Mas como as empresas devem fazer isso do jeito certo? É sobre isso que trato nesse episódio.

Você também acha que a ética deve ser inegociável nas plataformas de IA?