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🎙️ No primeiro TEATRA de outubro, Mariana Oliveira recebe o escritor Ondjaki. Nascido em Angola, veio jovem para Portugal, para concluir o ensino secundário. Desta época, guarda o entusiasmo das viagens, de comboio, autocarro ou lambreta, entre Mira-Sintra, onde morava, e a Brandoa, onde estudava. "Fiquei com dois bairros”.

A relação com o teatro começou cedo. Em criança, acreditou mesmo na possibilidade de ser ator. Na prática teatral, o que o apaixona é a dinâmica plástica, de construção, tudo o que acontece antes de subir o pano: “Eu só quero ensaiar. A partir do momento em que estreia não quero estar ali”.

Ao contrário do desejo de ser ator, o de ser escritor nunca foi evidente, “foi acontecendo”. Os primeiros livros, escreveu-os durante as aulas de Sociologia, licenciatura que completou a contragosto, já com as atenções todas viradas para o ofício da escrita.

Da sua geografia ficcional, ressaem dois grandes lugares: a infância e Luanda. Do primeiro, diz que a sua preponderância tem a ver com a “frescura de interpretação do mundo”, a alegria e “capacidade de criar o mundo, como se fosse a primeira vez”. A capital angolana é um local onde a realidade é por vezes mais rebuscada que a ficção, o que o obriga a suavizar a realidade nas suas histórias.

A conversa com Mariana Oliveira passa ainda pela arte da estiga, por uma visita Ă  sua livraria, Kiela, pela piscina de coca-cola do Tio VĂ­tor e pelas agruras e alegrias de esquecer.

SugestĂŁo cultural:
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