São discriminados desde a habitação à educação, encontram obstáculos no mercado de trabalho e no acesso aos cuidados de saúde. Com pouca representação política e em pé de desigualdade perante a justiça, estão também em maior número nas prisões. A invisibilidade e a marginalização dos afrodescendentes são uma realidade presente em Portugal e no mundo inteiro.
Foi por este motivo que a Organização das Nações Unidas estabeleceu a Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024 e, posteriormente, o Dia Internacional para Pessoas Afrodescendentes, que se celebra esta quinta-feira, dia 31 de agosto, com o objetivo de promover as “contribuições da comunidade da diáspora africana” de forma a eliminar todas as formas de discriminação contra essas pessoas.
Qual será, então, a experiência de pessoas negras que nasceram em solo português? E quanto àqueles que chegaram em tenra idade? Ou até mesmo aqueles que vieram do Brasil, construir uma vida, transformando Portugal na sua morada permanente? Qual é a natureza da sua ligação com este país que agora chamam de lar?
Percorremos a história de José Baessa de Pina, também conhecido como Sinho, nascido em Lisboa em 1976, descendente de imigrantes cabo-verdianos. Falamos também com Wagner Lopes, de 46 anos, natural do Rio de Janeiro, Brasil, que vive em Lisboa há 5 anos e com Bruna de Carvalho, nascida em 1997 em Angola, chegou a Portugal com apenas dois anos e cresceu em Braga. Três retratos de pessoas que conseguiram ultrapassar as dificuldades vinculadas à sua condição social.