"Mãe de Tudo", é um álbum visual saudando os quatro elementos da natureza. Essa travessia começará pelo vol. Y, que em Tupi significa Água. Ela é o começo, a fonte primordial e originária de todas as coisas. Sua energia representa o próprio ato de amar - o único que dá e não espera nada em troca - apenas que a vida continue.
O disco, naturalmente estabelece laços dentro do universo mítico e mágico no qual o Brasil se cozinha. Do amálgama que envolve pajelanças, ritos ancestrais das áfricas, e a tradição mística do cristianismo popular. A música foi acontecendo em sua vida, temperando sua maneira de viver o arrebatamento do mistério. "Eu não faço música, é a música que me faz. Vem através da escuta, seja na ribeira do rio, ou no marulho do mar, em sonhos iniciais, ou na palavra dos Mestres da Jurema". Revelam brasis à luz do seu próprio coração. Como disse pablo neruda, "de repente os olhos são palavras", palavras viram música, e música em imagem. "Depois de anos, compreendi que o meu trabalho visual e poético, se relacionava com o musical. Eram um trabalho só, e tomei coragem para pôr no mundo."
Foi gravado no estúdio Carolina, contando com a parceria, talento e generosidade de Gus Levy, Kayan Guter, Angelo Wolf e João Werneck, com todos se alternando em distintas funções. Ora gravando, ora tocando. A vontade de fazer junto foi fundamental na criação. "Mais que um disco, a música me trouxe amigos". O coro acompanha boa parte do disco, e foi formado por muit@s amig@s que vieram celebrar esse novo ciclo em sua vida.
Pablo cresceu na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Desenvolveu um extenso trabalho de produção, design, curadoria e realização, no Projeto Geringonça, no SESC Tijuca. Foi artista residente no Hotel da Loucura, trabalhando com o grande psiquiatra transcultural Vitor Pordeus. Tendo de 2012 à 2017, destinando sua força criativa às invenções do coletivo Norte Comum, que foi um laboratório de pesquisa e relações afetivas, que geravam ações na cidade, como o Ágoras Cariocas com o historiador Luiz Antônio Simas. O espírito-público desses trabalhos, ajudaram e muito a desconstruir e reconfigurar as estruturas e símbolos que nos são oferecidos como prontos pelo estado.
Como se estivesse voltando a uma coisa que sempre esteve ali, a experiência da criação surge como uma necessidade para o artista, que anuncia um mergulho intimista nas mais profundas expressões do nosso povo. Mãe de Tudo também poderá ser experienciado por meio de um site criado em colaboração com o programador visual Igor Abreu. Lá ele compartilhará os caminhos que o levam a ser, e a devolver a terra o que foi colhido.